Até quando viveremos na ilusão de um amor não-correspondido?
“Nisto consiste o amor:
não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho
para expiar os nossos pecados” (1 Jo 4.10). Essa
citação é conhecida dos cristãos. Na verdade, ela é sustento para nossa fé:
Cristo enviado por Deus Pai veio e se deu pela nossa salvação. Deus nos amou
por primeiro. De todas as formas possíveis, ele tem nos procurado para pousar
seu amor em nós. Ainda que sintamos em nós um sentimento de amor por Deus, seu
interesse não está em ser amado, mas que deixemos que Ele nos ame. Mesmo diante
de tantos sinais, muitas vezes não conhecemos o amor verdadeiro de Deus.
Tão natural quando o sol que nasce é
que cristão ou não em algum momento – salva as exceções – passaremos por
decepções amorosas, seremos iludidos ou desiludidos quanto a alguns aspectos.
Deitaremos em nossas camas e teremos nossos corpos desconcertados – doentes
para alguns, mas para outros menos. A probabilidade de alguém amar ou ter amado
e sofrer e ter sofrido é grande e, em certo ponto, é correta. O problema é
quando estacionamos de fato de não sermos amados ou não nos sentirmos amados
por quem queríamos que agisse assim conosco. As atitudes de amor são inclusas
na liberdade do homem, é de livre-escolha amar ou não. Mesmo que em algum
momento sejamos vítimas das decepções amorosas, aquela determinada pessoa é
livre para deixar de nos amar.
Chega a ser um problema de fé quando um
cristão permite que o fato de não ser amado por alguém determine sua vida, seu
futuro, sua condição atual. “Chorar ajuda no começo, mas depois é preciso tomar
uma decisão”. Até quando viveremos na ilusão de um amor não correspondido? Ou
presos a alguém que livremente escolhe não nos amar? Fato é que aceitaríamos
facilmente a ideia dos não cristãos sentirem-se sem chão, atordoados pelo fato
de não serem amados – afinal ainda não conheceram o amor verdadeiro do Pai. Mas
para aqueles que um dia souberam enxergar e sentir a luz de Cristo em suas
vidas, uma desilusão amorosa que se arrasta ao longo do tempo nada mais é do
que uma ignorância de fé.
Conhecemos o amor da Cruz, de doação
total, da flagelação, sabemos a fonte de amor, sabemos onde temos amor disponível
o tempo todo. Mesmo que não totalmente, aquele que conheceu a Cristo sabe do
amor de Deus. Sem dúvida, o amor das pessoas é importante para nós, inclusive é
manifestação do amor de Deus em nós; mas amar é decisão, e alguns simplesmente
não terão esta decisão em relação a nós. É como se alguém se decidisse em não
nos doar laranjas para ajudar na confecção de um bolo. Laranjas são
perfeitamente dispensáveis quando formos fazer um bolo de cenoura. Alguns
amores são perfeitamente dispensáveis justamente por não nos levarem a conhecer
a luz de Cristo, o amor verdadeiro, realmente quem somos. Nesses casos,
precisamos deixar que o amor de Deus substitua o vazio deixado por quem decidiu
não nos amar.
Este texto foi retirado
do site: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2014/08/25/ate-quando-viveremos-na-ilusao-de-um-amor-nao-correspondido ; Escrito por Gabriel
Antunes Ferreira, 27 anos, é de Montes
Claros (MG) e trabalha como dentista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário