A Semente, a árvore e o fruto.
[Eclesiastes 11.6; Jeremias 17.8; Lucas 6.
43-45]
Andamos sempre com pressa,
sempre preocupados, não temos tempo nem para “observar os lírios dos campos”.
Corremos atrás de tudo que julgamos necessário e esperamos tudo o que nos
deixariam felizes.
O fruto de uma árvore é apenas
a consequência de um dedicado trabalho em preparar a terra e semear, assim como
as boas obras daquele que “nasceu de novo” é o resultado de uma vida em
crescimento espiritual.
Todo crescimento, seja no
campo ou na vida, tem o seu início com pequenas sementes. Usarei alguns
elementos, como a semente, a árvore e o fruto, para ilustrar o desenvolvimento
da vida cristã.
Quem já teve a experiência,
mesmo que por um curto tempo, de semear uma semente, sabe que existe um cuidado
especial na terra em que será plantada. O próprio Jesus, em uma das suas
parábolas, conta que uma sequência de sementes foi lançada em diferentes solos
e apenas uma encontrou uma terra adequada para o seu desenvolvimento.
O Evangelho é a semente que fará germinar a fé. A partir daí,
Deus dá início a uma obra que a cada dia irá se completando.
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A Palavra lançada não voltará
vazia, antes, ela fará aquilo para que foi designada, ainda que o seu processo
de mudança, muitas vezes, seja doloroso. Uma ostra só libera a pérola quando,
em seu interior, ela é agredida.
A mesma Palavra que abriu a
ferida a cicatriza. A mesma Palavra que mostra a condição do homem como pecador
revela a Graça. A mesma Palavra que quebranta o coração, o refaz.
A semente se desenvolve até
alcançar sua forma adulta — nesse caso, uma árvore.
A árvore passa por
determinadas estações que a transformam. Algumas estações a deixam mais bonita;
outras, no entanto, fazem-na perder suas folhas revelando, assim, suas
imperfeições.
As mudanças de estações, ainda
que atinjam a árvore, não a fazem deixar de ser árvore. O tempo não a faz
perder a essência, pois enquanto ela estiver com suas raízes ligadas à terra,
ela passará por todas as estações e, no tempo certo, produzirá seus frutos.
Como o próprio Jesus disse, as aves do céu se abrigarão nela.
Para todo o bom
desenvolvimento de uma árvore é necessário dois critérios: o primeiro é ter
suas raízes ligadas a uma fonte de nutrientes. De igual modo assim acontece com
a fé cristã. À medida que conhecemos a Deus mais aprofundamos nossas raízes, e
dessa maneira, assim como a árvore, podemos passar por todas as estações sem
abandonarmos nossa fé cristã. O segundo critério para o desenvolvimento da
árvore é podar os seus ramos. Tiramos da árvore seus ramos velhos e estimulamos
a produção dos seus frutos.
Temos a necessidade de
deixarmos de lado a natureza do “velho homem” e permitir que a natureza do
“segundo Adão” tome forma em nós. As atividades espirituais, que parecem tão
comuns aos crentes, como frequência nos cultos, leitura da Bíblia e oração, nos
fazem conhecer mais das nossas fraquezas e, consequentemente, mais da Graça de
Deus que nos ajuda a renunciar ao pecado. Assim, somos podados. Nos diminuímos
para que Cristo cresça em nós e assim damos mais frutos.
Todos esses cuidados com a
semente e o seu crescimento são para que alcancem um resultado: o fruto. Fomos
criados para dar bons frutos. Certa vez, Jesus, amaldiçoou uma figueira que não
dava frutos. O que se espera de uma árvore frutífera são os frutos. O que se
espera de novas criaturas são bons frutos. Só oferecemos frutos de acordo com a
nossa natureza. Como posso esperar que um espinheiro dê figos? Assim, não posso
esperar que alguém que não conhece a Deus ofereça o amor. Não falo do amor na
sua forma platônica, de estar apaixonado por alguém. Me refiro ao amor que
perdoa, que chora com os que choram, que levanta o caído e consola o abatido.
Para quem já estudou botânica,
entende-se que o que importa em uma planta não é seus frutos, mas sim sua
semente. O fruto é como se fosse uma bolsa, uma proteção para a semente que
dará continuidade àquela espécie. Ainda que se esperem bons frutos daqueles que
nasceram de novo, nada adianta suas boas obras, se nelas não conter a vida de
Jesus, a semente da sua Palavra.
Um exemplo claro dessa
continuidade de vida está descrito na profecia de Isaías 53, quando o Cristo
viu o fruto do seu penoso trabalho e ficou satisfeito. A Igreja é o fruto da
cruz, portanto, em nós está contida a semente da vida de Jesus. Vamos passá-la
a diante.
Texto retirado do site "www.ultimato.com.br"
Escrito por:
— Fabrícia Soares mora em Teixeira de
Freitas (BA) e escreve em seu blog.
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